sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Para não dizer que não falei de flores


Se tivesse que recomeçar as postagens no espaço que tanto amo teria que retomar  tantos acontecimentos... Não gostaria de terminar este ano sem postar, afinal foram tantas coisas que vivi.

Assim, passei aqui para refletir um pouco sobre a vida e procurar me nutrir e preencher meu coração de gratidão pelas bençãos que o Pai me concedeu ao invés de lamuriar pelas causas não conquistas ou mal resolvidas.

AGRADECER...

... pelo privilégio de viver cada dia do ano,

... pela vida ao lado da minha família e de forma especial da minha mãe que a cada dia vivido já é um milagre.

... pelas conquistas dos filhos extensão da minha vida nesse mundo.

... pela presença do companheiro e marido.

... pelo trabalho e pelos alunos e colegas.

... pelos encontros e desencontros com pessoas  queridas.Afinal "em tudo dai graça".

DESEJAR...

... que Deus seja a fonte de amor maior na vida das  pessoas.

.... que nossos sonhos (os que foram sonhados por Deus) se realizem.

.... que a vida nos aproxime mais daqueles que amamos.

.... que aproveitemos mais cada dia na presença de quem amamos, em especial de Deus.


Desejo um ano Feliz e abençoado a todos aqueles com os quais compartilho os meus dias . Abraços sempre carinhosos 

Passei aqui para não dizer que não falei de fores....


sábado, 17 de novembro de 2012

Saudades das postagens

O meu blog ficou um pouco esquecidinho não é? Mas foi só aparência de esquecimento. Todos os dias penso nele e nas possíveis postagens, mas são tantos afazeres que tenho que  priorizar.
Já caminhei bastante desde a arrumação geral do atelier e as últimas notícias que postei.
fonte: net (estou sem o link, desculpe-me.

Amanhã terei que reorganizar o atelier para ficar com uma carinha que queria pra ele. Se conseguir volto aqui e mostro. Até porque tenho uma entrevista que acontecerá lá. Então tudo tem que ficar no ponto. rsrs

Alguns motivos das postagens diminuírem tem muito a haver com a minha saúde, pois ando com baixa resistência e cheia de inhem inhem. Aí o ânimo diminui mesmo.

Mas gosto das redes sociais que quero me esforçar para mantê-las. O blog por exemplo é meu espaço de falar um pouco pelos cotovelos, de ser alegre e triste sem dever nada a ninguém.

Ando alegre pela netinha Maísa que vai nascer pelos preparativos do enxoval que caminha, mas ando ansiosa pela saúde da mamãe que novamente luta contra o câncer. As dualidades da vida e os ensinamentos de Deus para viver tudo isso. 

Bem,agora que tomei um fôlego, creio que já conseguirei postar minhas invenções na escola também. Tanta coisinha gostosa acontecendo por lá.

Se você gosta  de me ler, converse comigo também. Deixe seus comentários... é tão bom !!!
Bom fim de semana.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Desapego e organização { 1ª parte }



Desapego parece uma palavra bonita, mas não é muito fácil exercitá-la. Resolvi fazer este post inspirada em uma postagem que a Isabela, minha filha, fez no blog dela.Indico a leitura.Então, li e comecei a pensar o que seria para mim o desapego se tomasse como princípio o fato de liberar-se de coisas que se guarda por muito tempo e nem se usa. 

Então foi aí que descobri que 90% das coisas que guardo tem sempre uma boa explicação para estar ali e que necessariamente não serão para mim.Em geral penso nos outros, nada tão louvável assim, pois pensar em si é muto importante.

Além dos cômodos normais de uma casa tenho aqui três especiais. Um deles é um escritório que todos depositam suas coisas e está desativado, mas armazena o que tenho de muito precioso: minha biblioteca.Anda desativado (bagunçado)

Atelier em 2010 quando comecei ...

Outro é o meu atelier que está cada dia mais cheio de coisas para se fazer e o espaço é bom, mas precisa de ser redecorado com móveis próprios.Mas é nele que fico muito tempo, assisto a tv, uso o note e literalmente pinto e bordo.

E o terceiro é um pequeno cômodo fora da casa no qual colocava todos as sucatas, materiais e peças em madeira, telas, ferramentas do marido e monte de outras coisas.
Primeiro caminho dos cupins, suas pestinhas.

Bem, para surpresa minha este terceiro espaço foi invadido por cupins o que me obrigou a retirar tudo para fora. Deixei apenas as prateleiras que serão jogadas no lixo depois ( o que os cupins não comeram  ainda ).

Por força das circunstâncias passei horas lavando tudo e jogando sacos e sacos de lixo fora.
Essas embalagens serão  enfeitadas com motivos infantis

Mas  enfim, para estou contando tudo isso? Para dizer que como professora e arteira descobri quantas coisas guardei para fazer lembrancinhas para as crianças nas épocas especiais. Fiz um desafio pessoal. Transformarei todas as coisas em mimos.Reaproveitarei tudo antes que se percam. Não tenho prazo, mas farei um esforço nos próximos dias para organizar melhor estes cômodos da  minha casa.

Não marcarei tempo para acabar tudo isso, pois agora tenho uma encomenda especial para um(a) netinho(a) que já está a caminho. Temos tempo... mas por prudência já estou começando a prepara o kit do quartinho.

Kit esperando as primeiras camadas de tinta

Filosofando (gosto muito, rs) ...é importante dizer que a nossa vida precisa ser bem cuidada, pois muitas vezes os males surgem silenciosamente e quando a gente vê danou-se. Transformar  e resignificar sentimentos e não estocá-los. Distribuir,compartilhar. E estou muito feliz pelos desafios que escolhi para mim nos próximos dias. 

Quando tudo estiver pronto volto para ir contando.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Hora de aprender a ser vó

Nosso  dia começou muto animado aqui, afinal não é todo dia que você recebe a notícia que vai ser vó...
Em meu caso,muito especial, pois me considero muito jovem pela visão de vovó que permeiam os imaginários: aquela velhinha de cabelo branco e coque.
Feliz porque o meu filho do coração Paulo será papai e será abençoado mais uma vez em sua vida. Fui mãe do Paulo aos 23 anos. Ele tinha dois dias de nascido e nasceu para nós. 



 Paulo- 1986

Eu não sabia como era ser mãe e tive que aprender rapidinho. Trabalhava na escola, cuidava da casa e do novo bebê. Relembro isso porque disse para a minha nora que ela aprenderá como ser mamãe e eu certamente como ser vó. Sem contar que todos na família aprenderão seus papéis. Ninguém nasceu sabendo. Na ocasião do nascimento do Paulo tivemos minha sogra ao nosso lado. Gente as sogras são uma fofas, eu também sou (muitos risos).

De tudo isso tenho que agradecer a Deus, sempre fiel e amoroso. Agora é esperar a barriguinha da Heloisa crescer e quando nascer olhar a carinha para ver o quanto ele ou ela se parecerá com os pais. A foto do Paulo bebê eu já tenho e já estou aqui babando com essa nova condição de vó (risos) . Sem falar da quantidade de amigos no face celebrando conosco. 
Tenho várias amigas que já são vovós e me convidaram para participar do "Clube das vovós corujas". O que vocês acham devo entrar, tenho perfil? rs


Paulo : dois dias de nascido

domingo, 29 de julho de 2012

Férias pra que te quero !? Dicas de viagem

Os médicos tem a mania de nos sugerir um passeio ou até tirar férias quando estamos cansados, estressados ou doentes. Descobri que eles tem toda razão, apesar de nem sempre ser possível atender a solicitação( risos). Saímos apenas por cinco dias da cidade e da rotina e como nos fez bem.

Viajar com a  família é muito bom!

Rever lugares que fazem parte da nossa história

Trilhar por caminhos aconchegantes...(estrada para Inhotim)

Ampliar o conhecimento e delirar com a Arte -Museu de Artes e Ofícios- BH

Apreciar o urbano que dialoga com a natureza - Praça da Estação

Reencontrar as queridas amigas  e ter tempo com a filha e a nora

Casualmente descobrir uma amiga que mora em outro estado e está na cidade a passeio (Bebel)
Comemorar o aniversário com o meu companheiro de data de niver (Kaíque) e a família toda.



Descobri que viajar me faz muito bem desde que sejam eliminadas as possíveis situações de stress como estrada e carros pra todo lado.Estas dicas  a seguir servem para mim, não sei se serviriam aos meus amigos, mas resolvi postá-las

1- Melhor estratégia então é ficar de olho nas promoções das companhias áreas.

2-Escolha passeios que estejam de acordo com o seu interesse, assim desperta o desejo de se conhecer os lugares.

3- Evite sair com muitas pessoas que possuam interesses diferentes, pois se não a gente não sai do lugar.

4- Procure abraçar os amigos e parentes que fazem falta ao coração e entenda que dependendo do tempo e da distância, muitos ficarão sem ser visitados.Deixe para a próxima vez. E que ela seja próxima mesmo..rs

5- Programe a viagem pensando nos detalhes, a medida do possível, para não vivenciar imprevistos.

6- Evite levar muita coisa na mala. Na volta sempre trazemos mais coisas dos lugares que visitamos.

7- Confira os horários de funcionamento dos locais para visitação. Agendei para  visitar uma Feira de Artesanato e  só descobri que ela aconteceria no mês seguinte quando revi o site do evento. Uma pena!

8- Aproveite ao máximo as pequenas e grandes coisas que aparecerem pelo caminho e deixe de lado aquelas que aborrecem.

9- Agradeça a Deus a todo instante pela oportunidade do passeio e pela vida abençoada que nos espera no retorno.

10- Pense em novos lugares e novas viagens, registre , planeje e siga em frente até viabilizar o que sonhou.

Ah, também estou aprendendo tudo isso ... 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Lenços de Namorados

     
 Em janeiro de 2011 passamos um mês em Portugal, especificamente na cidade de Braga. E para aproveitar o tempo em casa  e os dias procurei saber qual era o artesanato local. Encontramos uma pequena feira  com pinturas, objetos e os bordados. Nada que chamasse tanto a atenção como aqui no Brasil.

      Procurando pelos bordados conheci os lenços de namorados. Assim pude me aventurar  com a agulha e as linhas e chamei de bordado também..rsrs
      Encontrei uma loja, que aliás parecia a única na cidade. Comprei os materiais e expliquei para a vendedora minha curiosidade sobre os lenços ganhei uma  amiga. Aurora é bordadeira e tinha um lenço em exposição na loja e por coincidência tem uma parte da família morando no nordeste.




A empolgação pelos lenços, além da beleza dos pontos se deu pela história que gira em torno deles.Transcrevo  abaixo um pouco que li aqui na net. Os lenços representam compromisso entre um casal.




A Arte dos Namorados é uma componente fundamental da arte e da cultura popular.


Os Lenços de Namorados apresentam-se como a mais genuína forma poética e artística utilizada pelas moças do minho, em idade de casar.

Constituído por um quadrado de linho, ou de algodão, que a jovem bordadeira bordava a seu gosto, o lenço dos namorados fazia parte do traje típico feminino, mas tinha outra função a desempenhar: a conquista, pela moça do jovem por quem se apaixonara.

Não há muito tempo ainda que toda a rapariga Minhota começava muito cedo a bordar.

Quando mais tarde, casadoira, os olhos teimavam em fugir-lhe para o jovem que no seu intímo já escolhera, começava a bordar o lenço que lhe destinara, dando largas aos sentimentos mais intímos.

Era costume ensinar às raparigas a arte de bordar para que mal entradas na adolescência começassem a preparar o enxoval. O lenço era bordado então, nas longas noites de serão, nos momentos livres do dia ou aquando do apastoramento do gado, pela rapariga apaixonada que ia transpondo para o lenço os sentimentos que lhe iam na alma. A rapariga usá-lo-ia ao domingo na trincha da saia ou no bolso do avental; mais tarde oferecê-lo-ia somente ao rapaz que amava como compromisso de amor, este passaria a usá-lo ao pescoço ou no bolso do casaco do fato domingueiro.

É considerado o século de apogeu dos lenços de namorados o período entre 1850 e 1950. Muitos dos lenços encontram-se conservados nas famílias, mas já existem alguns em museus. Entre os textos bordados sobressaem as quadras de inspiração popular. 

Desde o ponto de vista linguístico constituem um documento de excepcional valor: bordados em longo trabalho por bordadeiras de escassa alfabetização escrita, apresentam a língua popular do modo mais directo, nos seus diferentes aspectos: fonética (bai 'vai', cando 'quando', mailo 'mais o', 'e o', num 'não'...), morfo-sintaxe, léxico. Os textos analisados tal como aparecem nos lenços, com todos os seus "desvios" da língua culta e da ortografia padrão, conservam assim todo o seu valor documental como testemunhos da fala popular. 

Diante de uma linda história sobre os lenços segui com os meus bordados de alguém iniciante, mas apaixonada por tudo.







Eles ainda estão por terminar, mas mostro um pouco para que conheçam. Os bordados a seguir não são meus, perdi a fonte da net para atribuir autoria. Procurei ver neles os pontos e desenhos mais comuns. Na semana em que vinha embora encontrei uma revista e comprei. Assim consegui trazer um pouco mais sobre como fazer os lenços e estou criando os meus Lenços de Amizade.







segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ou isso ou aquilo


O dia passa e a vida segue com muita similaridade ao poema de Cecília Meireles. Causa-me uma inquietação viver em tempos de dúvidas e  escolhas. Serão corretas as decisões? Foram boas as escolhas? O poema não é tão infantil como eu pensava....



Ou isto ou aquilo

Cecília Meireles

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
 
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
 
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
 
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
 
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
 
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
 
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
 
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

domingo, 27 de maio de 2012

Cidadania , autonomia e aprendizagem significativa

Ensinar e aprender... ações relacionadas que nem sempre ocorrem simultaneamente. Muitas vezes ouvimos a expressão " mas a gente fala e a criança não aprende" como se fosse assim: no exato momento da fala ou do ensino o outro aprende. Cada um tem uma constituição e uma história de vida pessoal que pode lhe propiciar uma aprendizagem mais ou menos dinâmica.  
Falo assim pensando no encontro virtual com a Adriana, mãe do meu aluno Álvaro(8anos) que comentou sobre o horário de estudo que ele fez para estudar nesse período de greve. Pedi a ela que compartilhasse uma foto. 

Eis minha surpresa ao ver nos traços e escritos dele os conteúdos que trabalhamos em sala antes da greve e que sugeri  a eles que continuassem seus estudos em casa. Em nossa última rodinha conversamos sobre a importância do movimento de greve como exercício de cidadania para todos nós. Também pensamos nos pontos complicados para os alunos que ficariam sem aulas. Um diálogo importante tendo em vista que nossa turma acabava de estudar sobre os direitos e deveres, a ética, a cidadania e iniciávamos as discussões sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Uma coisa ficou combinada entre nós: todos buscaríamos o exercício da cidadania e que em casa cada um tentaria escolher um horário para estudar, sem que os pais precisassem exigir deles. Afinal essa seria uma atitude em busca da sua própria cidadania investindo em seus estudos com responsabilidade.

Agora após esse meu breve discurso vejam a organização e horário do Álvaro ...

Momentos assim nos animam a lutar pela educação em nosso país. Vale a pena ser professora quando de acredita no que se faz.
Eis mais um exemplo de construção de autonomia e aprendizagem significativa.
Agradeço ao Álvaro e a sua família pelo envolvimento e compromisso com o nosso trabalho e parabenizo pelas ações que nascem no seio da família e se transformam em parceria.  E torço para contagiarmos aqueles que ainda não tentaram investir junto aos seus filhos. Vamos lá pessoal, sempre há tempo.

Esse post foi produtivo? Deixe seu comentário, conte suas ações.A interação enrique. Abraços mineiros


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Filhos em casa: o que fazer?


O que podemos fazer quando as crianças estão em casa e de alguma forma  ajudá-la nos estudos, na aprendizagem?
Se observarmos estas são ações importantes em qualquer período do ano letivo. Pensando rapidamente seguem algumas sugestões para quem tem criança pequena na escola.

1- Incentive sempre a leitura de livros, folhetos, gibis e tudo que circula entre nós.Assim a criança começa a perceber a importância de ler.

2- Adquira revistinhas de passatempos que estejam de acordo com a idade dela.Palavras novas aparecem e o vocabulário é ampliado.

3- Confecção de livrinhos com papel sulfite registrando passeios, historias inventadas e tudo mais.Ou mesmo de quebra-cabeças com imagens coloridas por ela.

4- Construção de brinquedos e engenhocas com sucatas.

5- Brincadeira com palitinhos, tampinhas e materiais para contar.

6- Jogos pedagógicos encontrados nas lojas d que atendam a curiosidade e necessidade da criança.

7- Visita a sites infantis para quem tem acesso a internet.

8- Visita a Biblioteca Pública da cidade para que a criança aprenda a conviver com esse espaço de leitura.


9- Visita aos museus da cidade....

Enfim.....


São muitas as opções para estimular as criança, vale pensar na sua própria dinâmica e escolher o que adapta melhor. Só não vale ficar parado !!! 


Vale lembrar que a família apoia o ensino e que se torna preocupante quando assumem a função de ensino , pois a metodologia usada pelo professor vem carregada de intencionalidade e de propósitos específicos para cada criança.

Este post foi útil? Deixe seu comentário. Seja seguidor do Conversa Mineira.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Guardados de afeto

"Dia das mães? Dia dos Pais? Pra comemorar? Vamos comemorar o dia da Família."

Essa discussão  permeada por questões comerciais, políticas, pedagógicas, costumeiras ou como queiram chamar ...fez e  faz parte de muitas  discussões e reuniões ao longo da minha carreira docente. Não é coisa nova. Aliás, nem precisaria existir tantos discursos se na sociedade em que vivemos pai, mãe e família fossem de fato prioridade.

A sociedade mudou, a família mudou e  a escola tem que mudar. Concordo. O que ainda me leva a momentos de reflexão é a essência da mudança. Celebrar datas não deveria ser a essência, mas sim os valores. Festejar para consumir não contribui na formação de crianças e jovens de forma positiva.

Confeccionar pequenos cartões e recados para as pessoas da família poderia ser prática cotidiana. Estamos carentes de afeto e consequentemente de demonstrações desse afeto. Presenciamos manifestações de muitos desafetos, basta ligar a tv, olhar pela janela do carro, ler os jornais.

É necessário cultivar o que é bom, que faz bem a alma. Pensando nisso, abri meus guardados (leia este outro post) para dar forma as minhas ideias. Lembranças que nutrem a vida da gente e que muitas vezes foram produzidas no espaço da escola e que se perpetuam em nossa casa e vida cotidiana.

Afetos guardados para sempre


Nesse contexto compartilho um texto precioso que tive o contato via Jornal Estado de Minas  em abril de 2003. Guardo o texto original, folhas amareladas que traduzem a essência de que o "velho" deve ser guardado, preservado, mas depois pode ser compartilhado. Transcrevo o texto de Fernando Brant.Jornalista mineiro que admiro e que gentilmente compartilhou por email o que agora transcrevo. Desde já agradeço ao autor pelo gesto de partilha.

Compartilho o texto  como convite para que cada um leia e pondere : Qual tem sido o espaço e a essência da família? Como andam nossas demonstrações  de afeto?
Boa leitura e se puder deixe seus comentários. Abraços carinhosos....

          OS GUARDADOS DE MEU PAI.
É uma sorte ter um pai como eu tenho. Não o considero coisa rara pois me acostumei a conviver com o tipo de gente que ele é. Ele e minha mãe.
Sempre muito organizado e justo, foi melhorando a cada pedaço de tempo que foi vivendo. Viver é ir-se aperfeiçoando, crescendo em humanidade. Ficou uma fera quando chegou o tempo da aposentadoria compulsória. Se iria continuar recebendo, o certo era continuar trabalhando. O serviço público prescindir da experiência e do conhecimento que adquirira parecia-lhe insensato. Mas assim é a vida e ele teve que continuar criando projetos existenciais por conta própria.
Pai de dez filhos, pai de onze porque a caçula durou pouco, ele foi colecionando, ao longo do tempo, os pequenos pedaços da história de cada um deles. Para cada um, uma pasta. Resolveu, recentemente, distribuí-las aos personagens. Recebi a minha na última semana.
Todas as reportagens sobre minha trajetória estão lá. Carinhosamente, ele coletou tudo que se escreveu a meu respeito e que ele teve conhecimento.
Mas o toque mais fundo, o que estraçalha de emoção a alma, são os    
boletins, as carteiras de estudante, os flagrantes do rapaz que eu fui e que ele guardou para que eu possa, hoje, ter uma noção dos meus primeiros passos. E poder avaliar se o que eu sou corresponde ao que eu era e prometia ser.
Na caderneta de estudante, minha mãe avisava que havia motivo justo para que eu chegasse atrasado ou faltasse à aula. Sua letra, aquela belíssima letra que todas as mães professoras tinham, redondamente afirmava ao colégio que a família estava ciente da trajetória do filho.
O convite de formatura do ginásio, com os nomes de todos os colegas em ordem alfabética, me transporta para salas de aula, recreios de bola de meia, padres neuróticos e uma meninada que poderia ter sido mas não sei se foi. Já o da Faculdade de Direito traz à memória o fato de que o Hildebrando foi o orador da turma, pequeno e audaz como sempre.
No meio dos guardados de meu pai, uma carta que escrevi para eles quando estava me acostumando ao casamento, no tempo em que eu tinha a idade para ser, hoje, irmão do meio de minhas filhas. “ Tudo legal na Ilha Grande, ou Abraão- que é assim que eles chamam a cidadezinha onde fica a casa em que estamos. Um dia chove, outro faz sol: mas é bom, pois assim a pele vai se acostumando. 150 praias e 80 cachoeiras existem ao longo da ilha – é o que me disse um interno do presídio. Não sei se é verdade, pois até agora só conheço uma, em frente à casa em que estamos, bonita, calma, larga. Nos quintais, coqueiros, bananeiras e abacaxis nativos lembram bem este tipo de ilha tropical. A 50 metros da casa, sardinha de graça, ê maravilha”. E a carta se encerrava com o filho acalmando a todos. Estava sendo muito bem tratado pela mulher. “ Fiquem tranqüilos, eu não fugi, eu estou aí.”
Glória aos pais que cuidam assim, que conservam assim a história dos filhos.
                                                      FERNANDO BRANT.

sábado, 21 de abril de 2012

Diversidade de materiais e estratégias no ensino

A diversidade de imagens e notícias que nossas crianças recebem diariamente pela tv e pelo mundo digital nos desafia a tornar as aulas mais dinâmicas, envolventes.
Sem perder o foco do objetivo de ensino e aprendizagem podemos criar situações desafiadoras para os alunos.

Muitas vezes desistimos de  usar alguns materiais crendo que as crianças acharão simples e não darão valor. Mas é exatamente o contrário.
Levei um quebra-cabeça simples para a turma montar e depois colar as peças. Muitos tiveram dificuldade com recorte e colagem. Desafiados em duas outras situações já estão craques e querem um mais complexo.
Desafio em curvas depois de ouvir a história


Desenho colorido na Páscoa que virou quebra-cabeça

Além desse desafio venho acrescentando materiais durante as aulas .

Combinados da turma ilustrados elaborados e ilustrados por eles

Material dourado no aprendizado da dezena
Qual é o meu tamanho? Medida com barbante

Não há uma proposta inovadora no ensino, mas há a sensibilidade em perceber o que motiva a turma a participar e aprender. Esforço diário de ser professora. Abraços Beloní


sexta-feira, 23 de março de 2012

Brinquedos e lojinha

Conversando com a Carol pelo facebook lembrei-me de um projeto que desenvolvi em 2009 junto aos alunos e que foi muito gratificante.

Confeccionamos brinquedos com sucata e materiais disponíveis em nosso dia-a-dia . Para iniciar a construção dos brinquedos cada um fez o projeto em desenho e descrição  em uma ficha com o nome do brinquedo, materiais que precisava  e como brincar. 
Petecas feitas por mim e enfeitadas pelas crianças

Alegria geral

Tudo embaladinho com etiquetas e tudo mais

Bilboquê com  garrafinhas que juntamos na sala na hora do lanche 

Tabela feita no quadro com ajuda dos alunos

Brinquedos de rolinhos de papel, eva e tampinhas

Depois de tudo pronto marcamos e montamos uma lojinha com preços, etiquetas e dinheirinho. Momento de rica aprendizagem.

Fica  a dica.... vou repensar esse projeto para executar com minha nova turma !!!

Essa dor tem outro nome

Quando a vida está calminha a gente reclama que não tem nada para fazer, mas quando está tudo num movimento intenso o cansaço chega rápido. Faz parte né ...
Passei as férias achando tudo tão calminho lá em Portugal e agora estou maluquinha com tanto trabalho. Mas sou suspeita, pois amo o que faço.

Hoje mesmo, em minha sala, conversava com meus alunos sobre o tema do livro de literatura "Essa  dor tem outro nome" buscando repensar com eles as tantas queixas que a meninada traz; "Minha cabeça está doendo", "Tia, minha barriga tá doendo" ... e assim vai. Muitas vezes as tais "dores" nem sempre prosseguem, pois depois de uma atenção, um abraço ou uma palavrinha eles melhoram. E foi isso que a personagem do livro Laura passou. Você já leu esse livro? Precisa conhecer.





Voltando a minha aluna e a conversa... procurando conhecer os nomes da nossa dor como tristeza, medo, manha etc, ela diz "Meu pai não tem dor de raiva, não. Mas ele tem dor de stress... fica estressado com os alunos dele."  Quase  morri de rir dela, mas me contive.

Logo disse a ela que eu não me estressava com eles, mas com a pilha de coisas para fazer. Aliás , coisas que eu mesma invetava por minha conta como fazer fantoches, desenhar, inventar jogos e assim vai. Aí foi ela que morreu de rir de mim.

O nome da minha dor se  chama "cansaço". Ainda bem que tem cura . rsrs

Terminei a tarde e a semana exausta, mas quando me lembro dos papinhos que tenho com eles na sala, vou logo me  alegrando. 

Deixo o convite para que leiam o livro. Ok??? Bom fim de semana.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Férias merecidas ou de volta pra casa


Viajamos nos últimos dias de dezembro para Portugal com muita vontade de aproveitar ao máximo as férias e rever minha irmã querida que já estava por lá desde setembro do ano passado fazendo parte do doutorado.

Foi a primeira vez na minha vida que fiquei tanto tempo fora de casa ... e achei que 33 dias foi muito tempo. Anotei rabiscos em meus caderninhos e agendas das coisas que passavam pela minha cabeça para depois vir aqui no Conversa Mineira e registrar tudo. Grande engano!!! Há tanta coisa legal para contar que daria um post por dia rsrs

Bem, sendo assim resolvi fazer meu diário de viagem e anotei as principais ideias e quando o tempo for surgindo vou comentando.

Vivi muitas experiências interessantes, reflexões sobre a importância do próprio dia-a-dia que me levam a valorizar a vidinha que tenho aqui. Que vidinha gostosa!

Amei conhecer Portugal, especialmente a cidade de Braga na qual ficamos mais dias. Lugar gostoso, sossegado e com um ar de "que vida pacata posso ter"..rs

Quando voltei pra casa com a Isabela, minha filha e companheira inseparável de viagem, encontramos uma mesa carinhosamente arrumada com um lanche saboroso e muitos abraços de saudades do marido, dos filhos, nora e dos peludinhos. Até dos cães senti saudade.. rsrs

Aconselho a todo mundo que puder se aventurar a conhecer além mar que acreditem que é possível. Tudo bem que a gente fica meio apertadinho na grana, mas valeu cada centavinho.





sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Visita a Escola da Ponte


Conversando nas redes, muitos amigos me pediram para contar sobre a visita a Escola da Ponte, então procurei sintetizar aqui algumas fotos e informações para que conheçam um pouco do que vi. Boa visita virtual!!! Depois deixe seu comentário, combinado?

Entrada da escola


Secretaria (prédio anexo)

Pintura no muro da escola


Brincando de entrar pela pintura
Desde o ano passado tínhamos uma visita agendada para a visita a Escola da Ponte que é uma instituição pública de educação básica. Já há muitos anos li sobre a  escola nos textos do querido Rubem Alves, mas não imaginava que teria a oportunidade de visitar a escola. 
Assim partimos cedinho para  a estação de comboio com um  frio intenso. Chegamos bem cedo e acompanhamos o movimento da entrada dos alunos.
As visitas são agendadas com antecedência pelo site da escola há o email de contato.
O maior desafio na escrita desde texto e na maneira de ver a escola da Ponte está na reflexão de Rubem Alves

"Gente de boa memória jamais entenderá aquela escola. Para entender é preciso esquecer quase tudo o que sabemos. A sabedoria precisa de esquecimento. Esquecer é livrar-se dos jeitos de ser que se sedimentaram em nós, e que nos levam a crer que as coisas têm de ser do jeito como são. Não. Não é preciso que as coisas continuem a ser do jeito como sempre foram.



Vale dizer que a sala de "Consolidação" possui o nome de Rubem Alves, inclusive escrito na porta" e as demais salas homenageiam outros pensadores.

Prossigamos então  em nossa visita. =)

 A visita foi realizada em companhia de duas outras educadoras Aldeci e e Cristiana, ambas doutorandas  na Universidade do Minho. Faço o relato em meu nome e as vezes utilizo o plural por me lembrar que elas estavam comigo, mas as  opiniões do relato são minhas. Fomos recebidas por dois alunos que nos apresentaram a escola. Julio e Luiza  nos explicaram cada espaço e ações, mas tudo bem rapidinho, daí as fotos não foram  bem tiradas.

Logo de início os alunos nos apresentaram os Direitos e Deveres dos visitantes.Caso você queira mais informações deixarei a indicação de alguns links.


Parece que a vida da escola é divulgada nos murais

Em todas as salas há estantes com materiais disponíveis para que os alunos usem durante as aulas ou levem para casa como empréstimo.

Visitamos quatro salas que atendem aos alunos da educação básica, mas que recebem nomeações diferentes:Primeira vez, Iniciação, Consolidação e Aprofundamento. A turma da Primeira vez estava vazia no momento da visita, destina-se as crianças que estão chegando a escola e ficam durante o ano para adaptar e  conhecer o projeto da escola.

Em cada sala há  dois ou três professores orientadores da turma.



Alunos trabalham em  mesas e pequenos grupos. Durante a aula há uma música ambiente que  auxilia no controle do barulho ambiente.
]

Todas as informações  e ações são postadas em murais pelos alunos e professores.

Conteúdos, registrados em forma de objetivos, são afixados nos murais de acordo com a área de conhecimento para que os alunos escolham o que vão estudar.

Os alunos fazem a autoavaliação de suas atividades diariamente.

A forma de organização da escola é muito interessante e nos desafia a quebrar paradigmas no ensino brasileiro e modificar nossa prática pedagógica. Há muitas coisas que vi que contribuirão na minha prática e que já me fazem pensar. É fato que já havia assistido ao programa de visita dos professores brasileiros a escola, promovido pelo Fantástico.Assim, nem tudo era surpresa para me causar o encantamento...

Em todo instante busquei observar algumas coisas que gosto muito na escola brasileira para ver como elas acontecem na Escola da Ponte. Lembrei-me da  Eseba ao ver estas placas indicativas feitas com apoio dos alunos.



Como a visita é muito rápida e não tivemos momentos com os professores, coisa que considero uma estratégia estranha, pois como educadora gostaria de dialogar com os professores livremente como fazemos no Brasil. Há uma abertura, indicada no painel de Direitos e Deveres do visitante" para se aguardar o período de aulas e se conversar com um orientador. Não me senti a vontade para isso, a visita parece padronizada e meio que "formal".

A proposta é de que os alunos sejam autônomos,assim eles elegem o que desejam estudar na quinzena  e diariamente retornam a esta seleção para eleger o estudo do dia.Tudo é registrado e compõe o portifólio individual.As atividades são corrigidas pelos professores e toda quarta feira eles tem acesso ao material corrigido.


Os alunos contam com o apoio uns dos outros e registram no mural "Preciso de ajuda" se precisam de ajuda para aprender algo ou se podem também ajudar ensinando o que aprenderam.


Assim que o aluno se sente preparado para a avaliação registra no mural " Já sei" que já domina o determinado conteúdo e o professor pode avaliá-lo.

Quando há algo que incomoda alguém pode se registrar no mura "Acho mal" e assim eles em assembléia podem dialogar sobre o escrito. Aliás, vale dizer que tudo é discutido em assembleias com a participação dos alunos, professores e pais. Diálogo é tudo!

Bem, estive atenta aos murais de literatura e não percebi uma divulgação grande. Há livros suspensos pelas salas que são indicações de um grupo de alunos responsáveis por essa área. Também há  estantes de livros para leitura em sala. Para se levar para casa o aluno registra no mural seu nome, data e título levado.

A arte na escola aparece nos trabalhos dos corredores e o Julio me disse que eles possuem aulas de música, drama e outar que ele não se lembrou. Não há uma sala de artes. Encontrei poucos materiais visíveis, inclusive por que nas normas os visitantes só podem ter acesso aos materiais dos murais.

O que me incomodou muito foi a ausência visível do Brincar na escola. Em momento algum vi brinquedos, nem foi nos dito que essa é uma proposta da escola. Havia uma pintura de um possível caracol para se pular, pintado no chão da área externa, mas está tão apagado que nem sei bem se era um.

A escola possui uma pequena quadra, mas nos disseram que fazem as aulas de educação física em outro espaço fora da escola .

Apenas a turma de aprofundamento (mais velhos) possui um laboratório para as experiências da turma, mas não tivemos acesso.

O refeitório e cozinha ficam juntinhos no mesmo espaço.Cheirinho bom de lanchinho durante a visita.


Enfim, as crianças que nos atenderam são muito eloquentes, explicam com clareza, conhecem a escola e sua estrutura e se mostraram comprometidas com o ensino, a escola e sua própria aprendizagem.

Mais questões sobre a escola é só  visitar  o site que possui inclusive um espaço de Perguntas Frequentes.
Este é o registro de impressões e leituras de uma educadora brasileira em espaço português sem o devido aprofundamento das questões e de um diálogo maior para tirar as dúvidas. Toda impressão e contato com o novo me perpassa e me constitui. Com certeza  a visita a Escola da Ponte me causou estranhamentos, desejos e desafios que contribuirão para a minha  prática docente.


Fico aqui refletindo sobre a inscrição no cartaz da escola....."Mude, mas comece devagar, porque a direção e mais importante que a velocidade"