Os anos vão passando e a gente vai concluindo que essa história de um "ciclo " que se fecha em sua vida é na verdade algo incômodo.
Construí um percurso para minha vida, aproximando dos cinquenta anos, percebi que as pessoas resolveram me aposentar. E quem disse que eu desejo me enquadrar nesse estereótipo de aposentada?
Graças a Deus que tenho o que alguns chamam de habilidade, outros de dom e eu de versatilidade. Sei fazer de tudo um pouquinho e assim me recomponho nessas coisas que sei fazer. Fazeres que possuem significados e amigos que ao meu lado me ajudaram a caminhar.
Agora por exemplo, estou bordando uma toalha de banho para a neta. Em cada ponto de cruz me recordo da amiga Sherry Akins que há uns 28 anos atrás me ensinou como bordar seguindo os moldes e costumes americanos. Naquela época, ela era missionária e juntas fizemos um curso de evangelismo para crianças (APEC). Achei que logo iria para o campo missionário. A vida muda...Um ano depois assumi outra missão: ser mãe de um lindo menino. Hoje esse menino já é pai e me presenteia com uma neta. Sou avó, com orgulho e entusiasmo.
Ser vó é dádiva... não é profissão. Cuidarei da Maisa com todo afeto do mundo.
Mas não abandonarei as coisinhas que sei fazer, dentre elas ensinar.
Nessa conversa de aposentar e ensinar comecei a observar que: professores universitários são valorizados pela idade e carreira construída. Mas infelizmente venho percebendo que professores da educação básica não são tratados da mesma forma. São considerados velhos para se trabalhar com crianças. Sabe de uma coisa? Como os jovens constroem seus caminhos sem o conselho de alguém mais experiente? Qual o espaço do que se torna "velho", que aliás não me sinto e ainda não sou velha, viu...rs
Todos somos igualmente importantes em nossa sociedade.
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